quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Costumamos dizer que reconhecemos os grandes amigos no momento de nossos sofrimentos, mas não é verdade.
Os verdadeiros amigos são aqueles que suportam a duração de nossa alegria.O sofrimento é uma realidade que nos congrega com mais profundidade. O Shopenhauer dizia que o sofrimento do outro nos acorda para a verdade de nossa condição. Somos frágeis. E, ao encontrar o outro mergulhado em sua dor, é natural que brote dentro de nós a compaixão.
Esse sentimento ocorre até mesmo quando estamos diante de nosso inimigo.Ao deparar com a dor alheia, de alguma forma descubro a totalidade do meu ser.É como se eu ouvisse a confissão desconcertante: “Tu és isso.”A dor que dói no outro é uma janela de onde eu me enxergo. É como se por um instante fosse quebrada a nossa capacidade de diferenciação. O outro sou eu. Não posso vê-lo sofrer sem nele identificar minha inegável condição de fragilidade.

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